Empresário é preso em flagrante suspeito de agredir miss após crise de ciúmes no AC: 'Nunca passei por isso', diz vítima

  • 19/11/2024
(Foto: Reprodução)
Modelo Guilheny Abramoski, de 22 anos, acusa de agressão o marido Nasser Chami, na última segunda-feira (18), em Rio Branco. Jovem afirma que não foi a primeira agressão que sofreu do homem e que, após o ocorrido, ele teria colocado uma arma na cintura e a obrigado a limpar todo o local. Defesa do empresário diz que suspeito já prestou esclarecimentos à Justiça. Miss acreana acusa o marido de agressão Arquivo pessoal A Miss Universo Rio Branco 2023, Guilheny Abramoski, de 22 anos, acusa o marido, o empresário Nasser Chami, de agressão durante uma crise de ciúmes, nesta segunda-feira (18), na capital. Ele foi preso em flagrante no mesmo dia e solto após audiência de custódia nesta terça (19). Ao g1, a defesa do homem afirma que processo segue em segredo de justiça e que, posteriormente, irá comentar sobre o caso. 📲 Participe do canal do g1 AC no WhatsApp Guilheny contou ao g1 que a agressão ocorreu assim que ela chegou em casa. A miss conta que se deparou com o marido 'completamente agressivo' por conta de uma mensagem que ela recebeu de um amigo nas redes sociais. "Sempre chega mensagem para mim no Instagram de elogios ou de amigos, e dessa vez não foi nada demais. Um amigo me mandou mensagem perguntando se eu estava casada, e perguntando se estava tudo bem e ele ficou com ciúmes disso. Quando cheguei, ele já estava tirando toda a minha roupa do guarda-roupa, falando que eu tinha que ir embora", disse ela. De acordo com a miss, os dois nem chegaram a discutir e, em dado momento, ela foi tentar segurar a porta do guarda-roupa para ajudar a tirar suas coisas. A partir de então, as agressões começaram. "Ele estava literalmente surtado, me bateu bastante, bateu no rosto, na cabeça, me deu vários tapas", afirma. Após as agressões, Guilheny declara que correu para outro quarto da casa, onde o marido teria corrido atrás dela para continuar agredindo-a. "Eu gritei bastante, eu gritava pedindo para ele parar dizia: 'por favor, para, não me bate' e mesmo assim ele não parava. Depois ele pegou o revólver dele, colocou na cintura e ainda me fez limpar toda a bagunça que foi feita durante a discussão, com a arma na cintura", comenta ela. LEIA MAIS: Mulher acusa advogado de quebrar medida protetiva para agredi-la: ‘diz que vai matar a minha filha e eu' Estudante denuncia estupro após pegar carona com conhecido no AC; suspeito diz que relação foi consensual Guilheny Abramoski foi coroada miss em 2023 no Acre Arquivo pessoal Ainda segundo a miss, o suspeito confiscou seu celular e saiu para buscar a filha na terapia. Quando ele retornou, ela ainda estava limpando as coisas e não conseguia pedir ajuda, já que estava sem o telefone e trancada em casa. "A polícia relatou que houve denúncia dos vizinhos. A Patrulha Maria da Penha apareceu lá na minha residência, e na hora eu até fiquei assustada porque eu não esperava. Eu não sabia como pedir socorro, fiquei com medo de como ele reagiria. Ele foi super ignorante com a capitã que estava lá, ele se recusou a respeitar a voz de prisão e foi necessário chamar reforços", fala. A miss explica que quando saiu da casa, não precisou nem falar nada aos policiais. "Eu estava chorando e estava cheia de hematomas. Eles já entraram e perguntaram se a gente tinha discutido, eu falei que sim e entraram dando voz de prisão para ele. Ele foi preso em flagrante, na mesma hora fiz medida protetiva. Já tirei minhas coisas da casa e estou tentando seguir a vida. Vou procurar acompanhamento psicológico, porque fiquei muito abalada, estou sem chão, nunca passei por isso na vida", lamenta. O que diz a defesa A advogada Larissa Bezerra Chaves, que representa o suspeito, afirmou que com relação a defesa, não pode ceder informações por conta do sigilo do processo. "Ele tramita na Vara de Violência Doméstica e as informações são sigilosas, contudo, o senhor Nasser já esclareceu os fatos, todo o contraditório que permeia esse inquérito", garante. Chaves atesta que seu cliente já passou por todos os procedimentos, tanto policiais como judiciais, e agora ele vai responder o processo. Ele foi solto nesta terça (19) após a audiência de custódia, sob o uso de tornozeleira eletrônica e cumprimento de medidas restritivas. Ela afirmou que ele não iria comentar sobre as acusações e que teria cumprido todas as chamadas solicitadas a ele, já que foi preso em flagrante. "Inclusive já respondeu todos os fatos e todas as contradições que tem nos fatos narrados por ela, e aí nesse momento, agora, ele tá cumprindo ainda os chamados, tem audiência, depois da audiência que vai ser publicado o resultado", assegura a advogada. Guilheny e Nasser teriam vivido um relacionamento de 1 ano e 3 meses Arquivo pessoal Relacionamento O relacionamento da miss com Nasser já durava um ano e três meses. No início, a jovem diz que não imaginava que ele pudesse agredi-la no futuro. "Ele tem uma filha pequena, sempre foi um bom pai, não imaginava que seria assim como marido. Quando sofri a última agressão, a ex-mulher dele foi buscar a filha e me contou que sofria agressões verbais dele durante o relacionamento", conta ela. A vítima ressalta que na frente de todos, ele demonstrava ser uma ótima pessoa, muito amorosa e carinhosa, porém quando não havia ninguém presente, ele se transformava. "Ele sempre foi muito ignorante, muito agressivo, e dessa vez, infelizmente ou felizmente, tomamos medidas que me ajudaram a me livrar desse ciclo da violência", avalia ela. Os dois se conheceram no dia 12 de junho de 2023, quando ele a convidou para sair e a partir de então, começaram a sair constantemente juntos. "Em novembro, já viajamos juntos e começamos a namorar em dezembro, oficializar para a sociedade e para os amigos. Em janeiro ele tinha me chamado para morar com ele, fizemos um contrato de união estável e eu fui. Ele já tinha me chamado outras vezes e eu não tinha ido, aí ele pediu para fazer o contrato para ver se eu me sentia mais segura", frisa. Em janeiro deste ano, os dois foram morar juntos e o comportamento de Nasser começou a mudar e se tornar mais agressivo. Guilheny afirma que o marido, que é dono de uma loja em Epitaciolândia, no interior do Acre, e atirador esportivo, sempre foi explosivo. "Ele saiu da casa dele, que era alugada, e eu saí do meu apartamento, que era alugado, e alugamos uma casa para morarmos juntos. Até então, tudo tranquilo, mas eu percebi que ele era muito grosseiro nas palavras, muito ignorante. Então era algo que eu já ficava meio que atenta". Guilheny ficou ferida no olho e nariz após agressão ocorrida nesta segunda-feira (18) Arquivo pessoal Agressões A miss acreana relata que essa já é a terceira agressão que sofre. Nas outras situações, foi convencida por ele que havia sido um momento de explosão e que não aconteceria novamente. "A primeira vez que ele me agrediu, ele me enforcou na parede e eu desmaiei. Quando acordei, eu não lembrava o que tinha acontecido. Eu estava trancada dentro da casa dele, e ele tinha pego meu celular para eu não denunciar, para eu não procurar ajuda. Aí ele esperou eu me tranquilizar, veio pedindo desculpa, veio tentando amenizar a situação até ver que estava tudo ok e me entregou o meu celular", descreve o fato que aconteceu em março de 2024. Em abril deste ano, ela afirma que ocorreu a segunda agressão, onde o homem a teria trancado dentro do banheiro e pegado seu celular. "Eu não sabia o que estava acontecendo, fiquei desesperada porque eu estava trancada, chamava ele, tentei arrombar a porta até, deixando marcas na porta e aí quando ele abriu, eu fui tentar pegar o meu celular e ele me deu um murro no peito. Depois ele esperou que eu me acalmasse, conversou comigo e disse que foi só uma reação dele do momento e pediu desculpa e eu aceitei", alega ela. Marido descobriu câncer A vítima narra que após as duas primeiras agressões, o marido descobriu um câncer na garganta, onde ela se manteve ao lado dele durante o tratamento e os dois viajaram para que ele pudesse ser atendido em Brasília, fazendo com que a mulher imaginasse que por conta disso, ele não voltaria a desrespeitá-la. "Eu larguei tudo, até o meu trabalho, minha família, para ficar durante esses dois meses durante o tratamento dele. Ele me agradecia muito, falava que sempre ia ser muito grato por isso, porque eu nunca larguei a mão dele, nunca deixei ele só", comenta ela. A jovem afirma que no início, quando ele descobriu o câncer, o marido teria dado a opção para que eles se separassem, para que ela não passasse por esse processo complicado. "Ele disse que eu era muito jovem, não precisava passar por isso, mas eu estava casada, eu não ia largar meu parceiro por conta de uma doença, até porque a gente tem que enfrentar tudo juntos. Pra mim, união, parceria é isso, você tem que estar com a pessoa na vitória e na derrota, na saúde e na doença, eu sempre fui muito parceira", disse. Guilheny expressa que o homem aparentava estar muito agradecido e não esperava que ele novamente a agredisse depois de tudo que haviam enfrentado nos últimos meses. "Pra mim nunca foi normal, mas ele sempre arranjava um meio de me manipular, dizendo que foi só uma reação, que foi sem querer, foi no impulso e que ia mudar. A gente não espera ser tratado assim pela pessoa amada", lamenta ela. Iniciativa no Acre busca agilizar o julgamento de processos de agressão doméstica A PM do Acre disponibiliza os seguintes números para denunciar casos de violência contra a mulher: (68) 99609-3901 (68) 99611-3224 (68) 99610-4372 (68) 99614-2935 Veja outras formas de denunciar: Polícia Militar - 190: quando a criança está correndo risco imediato; Samu - 192: para pedidos de socorro urgentes; Delegacias especializadas no atendimento de crianças ou de mulheres; Qualquer delegacia de polícia; Secretaria de Estado da Mulher (Semulher): recebe denúncias de violações de direitos da mulher no Acre. Telefone: (68) 99930-0420. Endereço: Travessa João XXIII, 1137, Village Wilde Maciel. Disque 100: recebe denúncias de violações de direitos humanos. A denúncia é anônima e pode ser feita por qualquer pessoa; Profissionais de saúde: médicos, enfermeiros, psicólogos, entre outros, precisam fazer notificação compulsória em casos de suspeita de violência. Essa notificação é encaminhada aos conselhos tutelares e polícia; WhatsApp do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos: (61) 99656- 5008; Ministério Público; Videochamada em Língua Brasileira de Sinais (Libras). VÍDEOS: g1

FONTE: https://g1.globo.com/ac/acre/noticia/2024/11/19/empresario-e-preso-em-flagrante-suspeito-de-agredir-miss-apos-crise-de-ciumes-no-ac-nunca-passei-por-isso.ghtml


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