Rio Branco registrou mais de 36% do total de chuvas esperado para outubro, diz Defesa Civil
04/11/2025
(Foto: Reprodução) Outubro tem chuvas 36% acima da média e é o mais chuvoso dos últimos cinco anos
O mês de outubro foi o segundo mais chuvoso dos últimos cinco anos em Rio Branco, com 204,6 milímetros de chuva acumulada. Segundo a Defesa Civil Municipal, o volume representa 36,5% acima da média histórica para o período, que é de 150 mm.
Este resultado quebra a sequência de meses com índices abaixo do esperado e é o primeiro desde abril a registrar chuva acima da média na capital acreana. De acordo com o levantamento, somente 2022 teve um outubro mais chuvoso, quando o acumulado chegou a 281,9 mm. (Veja gráfico mais abaixo)
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Segundo o coordenador do órgão, tenente-coronel Cláudio Falcão, o cenário avaliado foi positivo em comparação aos meses anteriores devido à influência do fenômeno La Ninã. (Entenda abaixo)
''A expectativa é que o fenômeno se intensifique ao longo de novembro, aumentando a probabilidade de novas precipitações acima da média, que para o mês é de 206,1 mm'', explicou.
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Ainda de acordo com os dados da Defesa Civil, o nível do Rio Acre no dia 31 de outubro deste ano ficou em 2,77 metros, o quinto melhor índice dos últimos 11 anos.
Os níveis mais altos para o período foram registrados entre 2017 e 2019, quando o rio ultrapassou os 3 metros. (Veja gráfico abaixo)
No início de julho, o manancial chegou a 1,99 metro e, desde então, ficou oscilando, mas nunca acima dos 2 metros.
Em agosto, o principal rio do estado ficou com 1,34 metro, apenas 11 centímetros da pior cota histórica, de 1,23 metro, registrada em setembro do ano passado.
Fenômeno La Niña
Desde a segunda quinzena de outubro, a capital acreana está sob influência do La Niña, fenômeno caracterizado pelo resfriamento das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial, que altera o regime de chuvas em várias regiões.
Com isso, a tendência é de elevação gradual do nível do Rio Acre a partir do fim de novembro, com possibilidade de alcançar a cota de transbordamento nos primeiros meses de 2026, caso o cenário de chuvas acima da média se confirme.
Os órgãos de monitoramento e resposta já se planejam para a reunião “pré-cheia”, quando será elaborado um prognóstico mais detalhado sobre o comportamento do manancial na transição entre 2025 e 2026.
Redução das queimadas devido às chuvas
O aumento das chuvas reforça também a mudança no cenário climático da capital. Em setembro, Rio Branco já havia registrado 90,8 milímetros, o que correspondeu a 97,8% do volume esperado e marcou o setembro mais chuvoso desde 2019, segundo a Defesa Civil.
A melhora no regime de chuvas também refletiu na queda das queimadas. O Acre encerrou setembro com 840 focos ativos, o menor número para o mês desde 2001, conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
O total representa redução de 78% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram registrados 3.855 focos.
Em 2024, a capital acreana chegou a figurar entre as cidades brasileiras com pior qualidade do ar
Pedro Devani/Secom-AC
Além disso, em 2024, a capital chegou a figurar entre as cidades brasileiras com pior qualidade do ar, resultado da estiagem e da fumaça provocada pelas queimadas.
Já este ano, o aumento da umidade ajudou a dispersar a poluição e amenizou o impacto da seca na região.
⛈️☀️️ El Niño X La Niña
A La Niña é a fase negativa do fenômeno chamado El Niño Oscilação Sul (ENOS). Durante a sua atuação, o fenômeno costuma intensificar as chuvas sobre o Norte e o Nordeste, elevando os riscos de enchentes, alagamentos e deslizamentos de terra.
No Sul, a situação é oposta: longos períodos de estiagem, acompanhados por temperaturas acima da média.
Já nas áreas do Centro-Oeste e do Sudeste, os impactos do La Niña não são tão definidos, mas tendem a aumentar a secura.
El Niño e La Niña
Arte g1/Luisa Rivas
VÍDEOS: g1
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